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Sua Majestade, o Poço de Monitoramento

Durante o Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), muitas decisões devem ser tomadas, em muitas etapas. A área está contaminada ou não? Existe risco à saúde humana? Precisa ser remediada? Como? Atingiu as metas de remediação? Está reabilitada para o uso pretendido? Posso colocar pessoas para morar lá? São questões muito importantes social, ambiental e economicamente e devem ser respondidas após coleta e interpretação de dados da área. No Brasil, na imensa maioria das vezes, possivelmente em mais de 90% das situações, os dados que embasam essas decisões vêm de um único instrumento: o poço de monitoramento, personagem de maior veneração de toda a cadeia do GAC. Por isso, pode ser chamado de "Sua Majestade". Mas: de onde vem essa veneração? A resposta é complexa, mas vou aqui emitir a minha opinião: a veneração vem da tradição incrustada em toda a cadeia do GAC (Consultorias, principalmente, mas também poder público e grandes Responsáveis Legais como distribuidoras de pe
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Serviços - ECD

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A Contaminação Vem do Vizinho!!!!!

Certamente quem trabalha com Áreas Contaminadas já ouviu essa frase muitas vezes. Provavelmente já falou essa frase uma boa porção de vezes também. Mas... dá pra dizer isso sem medo de passar vergonha? A ideia desse texto surgiu após uma animada conversa que tive no sábado passado com um amigo que trabalha com áreas contaminadas, mas na área jurídica. Na conversa, pude perceber o quanto essa frase é utilizada, para diversos fins, nos trabalhos de Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Basicamente no que se baseia essa afirmação? No "mapa potenciométrico" da área. Se a sua área está "a jusante" hidraulicamente do vizinho, a tendência é tentar "jogar a bomba" para ele. Outro ponto que embasa a afirmação é o famoso "nunca foi usado esse composto na minha área". Sobre essa segunda afirmação, não vou comentar nesse artigo, mas os procedimentos do Gerenciamento de Áreas Contaminadas prevê que deve ser feita uma Avaliação Preliminar que não deixe nenh

Bombeamento e Tratamento ainda tem Utilidade na Remediação?

Por recomendação do meu amigo Martim Afonso de Souza,  e com o objetivo de promover um debate com nosso alunos do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Áreas Contaminadas do SENAC , reli recentemente o artigo: "Resurgence of Pump and Treat Solutions: Directed Groundwater Recirculation" , escrito em 2015 por  Suthan Suthersan, Eric Killenbeck, Scott Potter, Craig Divine, and Mike LeFrancois ( para ler o original, acesse esse link ). A essência do artigo pode ser descrita como o "renascimento" do bombeamento e tratamento (P&T - da sigla em inglês pump and treat ) como técnica de remediação para remoção de massa, após décadas sendo deixado de lado nos projetos de remediação. Nos EUA, esse movimento de abandono do P&T começou no final dos anos 80, no Brasil, começou no início dos anos 2000, alegando (com boa dose de razão), que o P&T não era eficiente para remoção de massa, apenas para contenção do avanço da pluma de fase dissolvida. O P&T foi su

Curso de Amostragem de Solo - 2018

No último mês de setembro/2018, fui um dos docentes de mais um excelente curso, promovido pela AESAS e pelo Centro Universitário SENAC e organizado pela Soldí Ambiental . O tema do curso era Amostragem de Solo, que já foi o mote de muitos textos já escritos nesse espaço, como esse e esse . Além de mim, foram docentes os professores: Nilton Miyashiro, da Engesolos e Silvio Almeida, da Eurofins. Foram três dias de muita conversa, trocas e quebras de paradigmas. Até o momento, as avaliações dos alunos foram extremamente positivas. Os principais conceitos discutidos nesse curso foram: - A amostragem de solo é a principal e mais importante ferramenta para investigação de áreas contaminadas; - Além das amostras para análises químicas (obrigatórias para investigação do próprio solo como meio a ser diagnosticado), a amostragem de solo é essencial para a obtenção de informações sobre o meio físico, particularmente para identificar e delimitar as unidades hidroestratigráficas, que é out

Amostragem de Solo - Metodologias

Vários amigos leram o meu artigo anterior, sobre o papel da Amostragem de Solo na Investigação de Áreas Contaminadas , e pediram para eu desenvolver um pouco mais os detalhes de qual modalidade de amostragem de solo deve ser utilizada para cada situação. Quem leu o artigo anterior e outros textos meus já deve ter se convencido que a amostragem de solo é a etapa fundamental da investigação de áreas contaminadas, que ela deve ser feita inclusive na zona saturada, que ela é obrigatória para instalação de poços de monitoramento e que ela deve ser feita preferencialmente por Direct Push com liner . Vou tentar aqui desenvolver o porquê disso e qual modalidade de Direct Push se adequa melhor a cada ocasião. Inicialmente, olhando para uma situação mais simples, que é a amostragem do solo superficial, até 1,0 m de profundidade, pode-se dizer que praticamente toda metodologia e ferramenta consegue coletar amostras representativas, variando um pouco apenas de acordo com o objetivo e com

Amostragem de Solo - Posso Viver Sem?

Sempre brinco com meus amigos do mundo das áreas contaminadas que tenho um "mantra", que é "Amostrai o solo". Tentarei, nesse breve artigo, explicitar algumas razões para a existência desse mantra e para a minha insistência com esse tema, que trata da amostragem de solo para investigação de áreas contaminadas. Vou logo dar a resposta para a pergunta-título: Não, de modo algum você pode realizar uma investigação sem amostrar o solo. Vou enumerar as razões: - A DD-038 (só pra ficar em um exemplo) estabelece que devem ser investigados todos os meios, ou seja, solo, água subterrânea e ar do solo, ou seja, ela obriga o Responsável Técnico a realizar uma amostragem de solo - Se você, por qualquer motivo, estiver investigando somente a água subterrânea instalando poços de monitoramento, é obrigado, pela NBR 15.495-1, a ter um modelo conceitual prévio, estabelecer a zona-alvo do monitoramento, dimensionar abertura das ranhuras e granulometria do pré-filtro, tudo isso an